Só a paixão explica o torcedor sair de casa numa manhã de feriado para ficar exposto ao sol forte, gritando o tempo todo, xingando a cada falta marcada, pressionando os adversários e o juiz, para, enfim, poder comemorar a suada vitória do Cruzeiro sobre o Paranoá pela nona rodada do Campeonato Candango da 2ª Divisão.
Muitos “apaixonados” compareceram ao estadinho do Cruzeiro e viram, logo cedo, aos 5 minutos, o belo cruzamento de Nathan para Claudinho, livre de marcação e sem precisar saltar, cabecear no canto oposto do goleiro do Paranoá: 1 a 0. A abertura do placar deu a falsa impressão de que teríamos um jogo fácil.
Nos primeiros 15 minutos, pode-se dizer que só o Cruzeiro esteve em campo. Aos 8', foi o lateral Jonathan que chutou para boa defesa do goleiro Raphael. Dois minutos depois, Paraíba arriscou de longe, dando mais trabalho ao goleiro do Paranoá. Aos 12, em lance inacreditável, Adeílson cabeceou para fora uma bola cruzada dentro da pequena área.
Aos poucos, o Paranoá – que vem fazendo má campanha este ano – foi se acalmando e igualando as ações. Apesar de ganhar a maioria das bolas no meio-campo, o time não concluía. O Cruzeiro, que mandava no jogo, recuou e teve apenas mais uma única chance no decorrer do 1º tempo: Rafael recebeu livre na área, parou, ajeitou, olhou para a meta e chutou por cima....
O melhor momento do Paranoá ocorreu com um míssil disparado por Hudson, que o goleiro Diego espalmou para córner, aos 34 minutos.
Se o 1º tempo foi morno, a temperatura subiu muito na etapa final. Bem que um torcedor avisava: “Isso aqui é futebol profissional, é Campeonato Candango, é coisa de macho”.
E parece que foi com esse espírito que as equipes voltaram do vestiário. Em termos de futebol, pouca coisa se viu. Aos 7 minutos, Peninha chutou de curva e o goleiro Raphael defendeu. Aos 17', porém, uma briga generalizada entre os jogadores fez a partida ficar paralisada. O árbitro Almir Camargos apenas olhou e não tirou sequer o cartão amarelo do bolso. A passividade do juiz irritou jogadores e torcedores.
A partir daí, o que se escutava era “Quebra ele!”, “Parte no meio dele!”, “Não dá mole não!” e a violência passou a imperar em campo.
O Cruzeiro segurava a vantagem mínima e arriscava pouco o ataque. O lateral Angolano fez bonita jogada, mas concluiu para fora, aos 30 minutos. Enfim, a guerra de nervos fez sua primeira baixa. Edílson, do Paranoá, agrediu Igor e levou o cartão vermelho direto.
Ter um jogador a mais em campo fez bem ao Cruzeiro, que voltou a atacar. Aos 36 minutos, Michel, cara a cara com o goleiro Raphael, conseguiu a proeza de chutar para fora. Ele iria se redimir dois minutos mais tarde. Ao receber passe rasteiro de Nathan, Michel foi mais consciente e chutou no canto do goleiro: 2 a 0. Era a vitória dos donos da casa.
Derrotado, o Paranoá não esboçou reação ao segundo gol e entregou os pontos. O Cruzeiro ainda perdeu uma ótima chance aos 45 minutos, quando Jonathan, livre, bateu de primeira e isolou a bola mais uma vez. Não fez falta. A vitória, após um jejum de quatro rodadas, colocou o Cruzeiro novamente na briga por uma vaga na 1ª Divisão em 2012 e acabou com qualquer esperança de reação do Paranoá.
Pela décima rodada, o Cruzeiro visitará o Bolamense no domingo (16), no estádio Rorizão. Enquanto o Paranoá, no sábado (15), será o anfitrião do Legião, no estádio JK.
FICHA TÉCNICA
Candangão - 2ª Divisão 2011 Estádio do Cruzeiro, Cruzeiro Novo-DF Quarta, 12 de outubro de 2011, 10h Público e Renda: não divulgados | Árbitro: Almir Camargos A1: Whestane Cassiano A2: Lehi Souza 4º árbitro: João Vítor Assessor: Raimundo Lôpo | |
Cruzeiro - 2 | Paranoá - 0 | |
Diego Jonathan Bocão Victor Minervino Zumba Rafael Paraíba Adeílson Claudinho (Igor) Peninha (Michel) Nathan Wallison (Angolano) Técnico: Roberto Patu | Raphael Alberto (Jamerson) Darinho Maycan Hudson Henrique Katiomar Léo (Edílson) Wadson Dadim (Éverton Buiu) Jeniel Rogério Técnico: Jair Pereira | |
Gols 1ºT 5' - Claudinho 2ºT 38' - Michel | ||
Cartão amarelo Adeílson Cartão vermelho não houve | Cartão amarelo Darinho Cartão vermelho Edílson |
Por Carlos Molinari, do Esporte Candango
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